Da Chegada à Integração: Como a chinesa BYD está "conquistando fãs" no mercado de VE da Tailândia

Bangkok, Tailândia — Na fábrica da BYD na Zona Econômica do Leste da Tailândia, um novo veículo elétrico sai da linha de montagem final a cada sete a oito minutos . Este ritmo acelerado destaca um marco significativo: a entrega recente do 100.000º veículo de nova energia da BYD na Tailândia, alcançada em apenas três anos .

Esta história de sucesso é um excelente exemplo de como as marcas automotivas chinesas estão transitando de meros participantes em mercados externos para se tornarem players locais profundamente integrados, conquistando consumidores e redefinindo indústrias .

Crescimento Acelerado e Liderança de Mercado

A ascensão da BYD no principal centro automotivo do Sudeste Asiático tem sido rápida. Do início da construção à saída do primeiro veículo da linha em sua fábrica na Tailândia, foram apenas 16 meses . Nos 16 meses seguintes, a produção disparou de 10.000 para 70.000 unidades .

Essa velocidade se traduziu diretamente em domínio de mercado. Nos primeiros três trimestres de 2025, a BYD e sua marca premium Denza venderam aproximadamente 37.000 veículos na Tailândia, conquistando 36,3% do mercado de veículos elétricos puros e ocupando o primeiro lugar em vendas . No geral, as marcas chinesas agora representam mais de 19,5% do mercado total de veículos na Tailândia, uma elevação acentuada frente aos 3,4% de cinco anos atrás .

A Estratégia de "Localização Profunda"

A empresa atribui esse crescimento à sua estratégia de "localização profunda". "Temos conseguido estabelecer uma cooperação aprofundada com fornecedores locais, talentos e o governo, aproximando-nos verdadeiramente do mercado e consolidando raízes na Tailândia", disse Ke Yubin, Gerente Geral da BYD Thailand .

Essa estratégia é evidente em várias áreas:

• Mão de obra local: Aproximadamente 92% dos 5.800 funcionários da fábrica são cidadãos tailandeses, uma proporção que deverá atingir 95% até o final do ano . A planta poderá gerar mais de 8.000 empregos em plena capacidade com dois turnos .

• Cadeia de Suprimentos e Ecossistema: A BYD elevou a taxa de localização de componentes para 50% . A empresa está construindo um ecossistema integrado que abrange produção, suprimento, vendas e uso, além de parcerias com universidades tailandesas para formar talentos técnicos locais .

• Adaptação de Produtos e Mercado: A BYD adapta suas ofertas para o mercado tailandês, lançando modelos como o Sealion 5 DM-i , que visa o popular segmento de carros ecológicos . No recente 42º Salão Internacional do Automóvel de Banguecoque, a BYD apresentou sua mais ampla gama de modelos até hoje, desde o popular Golfinho até o de luxo DENZA D9 .

Navegando em uma Paisagem Política em Mutação

A integração da BYD coincide com uma mudança estratégica na ambiciosa política de promoção de VE da Tailândia. Inicialmente, o governo exigia que os fabricantes produzissem localmente para receber subsídios, com o objetivo de impulsionar uma indústria doméstica de veículos elétricos . Com a capacidade de produção local agora estabelecida, o governo ajustou sua política para incentivar as exportações e evitar excesso de oferta no mercado interno .

Segundo as novas regras, cada VE produzido na Tailândia para exportação conta como 1,5 veículo em relação ao compromisso de produção local do fabricante . Essa mudança alinha-se com os próprios planos da BYD, já que sua fábrica na Tailândia já exporta veículos prontos para mercados como o Vietnã e a Europa .

Um Modelo para 'Expandir Globalmente'

Para a BYD, a Tailândia representa mais do que um destino de vendas. "Sempre defendemos a filosofia de 'investir na Tailândia, servir à Tailândia e retribuir à sociedade'", disse Ke Yubin . Ele descreveu a trajetória da empresa como um resultado concreto de uma cooperação mais ampla, criando "valor real tanto para a empresa quanto para a sociedade local" .

De um modelo baseado puramente em exportações, a BYD passou a estabelecer uma cadeia industrial local completa na Tailândia . Essa transição de 'entrar' para 'integrar-se' não apenas consolida sua própria posição, mas também contribui para a construção do ecossistema de veículos elétricos da Tailândia, estabelecendo um padrão para os veículos chineses de nova energia que expandem sua presença global .